O consumo alimentar inadequado e as carências nutricionais afetam negativamente o crescimento, aprendizagem e desenvolvimento de crianças. O baixo consumo de alimentos saudáveis em quantidades adequados não afeta apenas famílias de baixa renda. Afeta também pessoas com baixo conhecimento nutricional e crianças e adolescentes com disfunções sensoriais.

A Desordem de Processamento Sensorial (DPS), também chamada de Disfunção da Integração Sensorial ou simplesmente Disfunção Sensorial é uma desordem neurológica caracterizada por gerar dificuldades na assimilação, processamento e resposta às informações sensoriais provenientes do ambiente e dos sentidos do próprio corpo do indivíduo.

A criança pode ter, por exemplo, maior dificuldade em regular e organizar as respostas do estímulo sensorial (auditivo, táctil, olfativo, gustativo, visual, vestibular e proprioceptivo).  Pode acontecer:

* Hiper-responsividade sensorial: é uma tendência para responder estímulos sensoriais mais rapidamente, mais intensivamente e com longa duração. É por isto, que algumas crianças não aceitam determinados sons, cores, sabores ou texturas.

* Hiporesponsividade sensorial: tendência a não responder ao estímulo sensorial. Pode ocorrer inclusive da criança não sentir dor, expondo-se à riscos de morte.

* Desejo pela sensação/busca sensorial: tendência de desejar estímulos sensoriais intensos e incomuns. Por isto, algumas crianças desenvolvem picamalácia e ingerem produtos impróprios como terra, sabão, grãos crus…

A DPS é mais comuns em pessoas com a Desordem do Espectro do Autismo (DEA) e com Síndrome de Down.  Em decorrência da DPS pode have rejeição de um ou vários tipos de alimentos, aumentando o risco de desnutrição em crianças que limitam o consumo alimentar. Por outro lado, outra crianças aceitam apenas alimentos amiláceos ou açucarados como pães, bolos, biscoitos ou doces aumentando o risco de ganho excessivo de peso. Nas duas situações também há uma alta incidência de carências de vitaminas e minerais.

Faz parte da terapêutica nutricional de crianças com DPS o enriquecimento da dieta, a correção de carências nutricionais, por meio de suplementos alimentares e a educação da família sobre as dificuldades sensoriais da criança. O nutricionista deve encaminhar a criança ao terapeuta ocupacional sempre que for detectado:

  • Baixo peso ou perda de peso intensa
  • Engasgos, vômitos, refluxo
  • Trauma por incidente (asfixia)
  • Falta de coordenação para comer e respirar
  • Inabilidade para consumir alimentos pastosos aos 10 meses
  • Inabilidade para consumir alimentos sólidos aos 12 meses
  • Inabilidade de usar o copo aos 16 meses
  • Aversão ou evitação de todos os alimentos com determinada textura ou de determinado grupo
  • Consumo de menos de 20 alimentos diferentes aos 18 meses
  • Choro na maior parte das refeições

Nestes casos, o nutricionista não consegue trabalhar sozinho necessitando da ajuda de um terapeuta ocupacional. O questionário “perfil sensorial” permite ao terapeuta ocupacional uma avaliação da capacidade de processamento sensorial de cada paciente. As intervenções terapêuticas e as atividades sensório-motoras conduzidas pelo terapeuta ocupacional aumentam gradativamente a aceitação a diferentes texturas, cores, sabores, sensações e aromas. O tratamento deve ser altamente individualizado, positivo, descontraído e inclui muitas brincadeiras.

O tratamento multidisciplinar é sempre muito mais eficaz. Profissionais que aprendem  a trabalhar juntos beneficiam beneficamente seus trabalhos e a vida de seus pacientes.

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2 respostas a “Nutrição e Terapia Ocupacional: intervenções no autismo e Síndrome de Down”

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